Evangélicos se aproximam dos católicos em Sumaré, Hortolândia e Nova Odessa
- Reage Sumaré
- 16 de jun.
- 2 min de leitura
Evangélicos se aproximam dos católicos em Sumaré, Hortolândia e Nova Odessa
Avanço religioso revela mudança sociocultural: em Hortolândia, diferença é de apenas 2 mil fiéis; em Sumaré, católicos já diminuem em números absolutos

O novo retrato religioso da região metropolitana revela transformações profundas nos hábitos de fé da população. Dados do Censo 2022 mostram que o número de evangélicos cresceu 36,9% entre 2010 e 2022 nas cidades de Sumaré, Hortolândia, Nova Odessa, Paulínia e Monte Mor — enquanto os católicos, ainda maioria, avançaram apenas 4,7% no mesmo período.
O caso mais expressivo está em Sumaré, cidade mais populosa da região, onde o número de católicos caiu de 111.562 para 108.237 no intervalo de 12 anos, uma redução de 3%. Em contraste, os evangélicos passaram de 65.758 para 83.365 — um salto de 26,8%. A diferença entre os dois grupos caiu quase pela metade, de 46 mil para cerca de 25 mil pessoas.
Já em Hortolândia, a tendência de crescimento evangélico é ainda mais aguda. Em 2010, a diferença entre católicos e evangélicos era de quase 25 mil fiéis. Em 2022, essa distância caiu para apenas 2.148 pessoas, com os católicos somando 83.854 e os evangélicos, 81.706. A cidade já se aproxima de um ponto de equilíbrio religioso, que pode se consolidar nas próximas décadas.
Em Nova Odessa, os evangélicos também ganharam espaço significativo. Enquanto os católicos cresceram 10,5% (de 25.025 para 27.663), os evangélicos saltaram de 15.297 para 19.761 — um aumento de 29,2%. A diferença entre os grupos caiu de quase 10 mil para menos de 8 mil fiéis.
Esses dados refletem uma reconfiguração no campo religioso das cidades da RMC, com impacto direto nas relações sociais, políticas públicas, manifestações culturais e debates sobre valores. A ascensão evangélica se conecta especialmente com as faixas mais jovens da população — outro indicativo de que a mudança pode se consolidar nos próximos anos.
“A maior proporção de evangélicos está entre os jovens de 10 a 14 anos, o que indica uma dinâmica geracional que tende a alterar o mapa religioso brasileiro”, destacou a pesquisadora Maria Goreth Santos, do IBGE.
Ainda que o catolicismo continue sendo a religião majoritária, os números em cidades como Sumaré, Hortolândia e Nova Odessa demonstram uma região em transformação — onde fé, identidade e juventude se entrelaçam cada vez mais.
Fonte: Tribuna Liberal Paulo Medina / Edição: Douglas Melo
Comentários