Técnico em enfermagem some em Campinas e é achado morto em Sumaré
- Reage Sumaré
- 30 de abr.
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Técnico em enfermagem some em Campinas e é achado morto em Sumaré
O corpo de Brian Alexander Leslie Rodrigues, de 20 anos, foi encontrado sem vida na manhã do último sábado, 20 de abril, boiando em uma lagoa no limite entre Sumaré e Hortolândia. A descoberta encerrou uma busca desesperada iniciada dias antes, quando o jovem, técnico em enfermagem, estudante de Direito e também garoto de programa, desapareceu depois de ser contratado para passar o feriado prolongado em uma casa alugada em Campinas. A morte ainda cercada de mistérios abriu um doloroso enredo de perguntas sem respostas.
Na manhã de 16 de abril, Brian saiu de casa no Cambuci, bairro da região central de São Paulo, com destino a Campinas. Segundo relatos da mãe, Nadia Maria Rodrigues de Azevedo, de 51 anos, ele havia sido contratado por três casais para um serviço em uma casa de temporada no bairro Cidade Universitária, em Barão Geraldo. Um carro o buscou e, em seguida, ele enviou sua localização em tempo real para amigos, uma medida de segurança comum em seus atendimentos.
Nas horas seguintes, Brian enviou áudios que preocuparam a família. A voz parecia alterada, como se estivesse sob efeito de álcool ou drogas. Depois, o silêncio. O sinal de localização parou de atualizar. Sem conseguir contato, a mãe e um amigo viajaram para Campinas e seguiram até o endereço apontado pelo último registro do celular.
A casa, alugada pelo aplicativo Booking, pertencia a Camilla Yoshy Fernandes da Silva e estava sob a administração de Luis Felipe Moreno Ribeiro. Camilla relatou à polícia que estranhou o comportamento dos hóspedes: movimentação incomum, presença de estranhos, pessoas saindo com sacos de lixo e contratações de serviços de limpeza mesmo com a casa já em ordem. Luis Felipe, que recepcionou os inquilinos, também relatou à polícia que tentativas de contato com os responsáveis não tiveram sucesso depois da denúncia do desaparecimento.
Dentro da casa, abandonada às pressas, a polícia encontrou indícios de que algo grave havia acontecido. Os hóspedes haviam desaparecido, deixando pertences e luzes acesas.
No dia 20 de abril, o corpo de Brian foi encontrado no Horto Florestal de Sumaré, distante cerca de 20 quilômetros do local onde foi visto pela última vez. O cadáver apresentava sinais de violência: uma máscara cobria a boca do rapaz, fixada com fita adesiva, o que sugere tentativa de impedir que gritasse. Havia também uma perfuração no pescoço, cuja origem ainda não foi determinada — podendo ter sido provocada por arma de fogo, arma branca ou ataque de animal aquático, segundo o laudo preliminar.
A confirmação da identidade veio pelo Instituto Médico Legal (IML) de Americana, após análise das impressões digitais. Os pais de Brian — mãe residente em São Paulo e pai vindo de Manaus — foram chamados para prestar depoimento na Delegacia de Homicídios de Campinas nesta sexta-feira.
A investigação, que corre sob sigilo, já apurou que os responsáveis pelo aluguel da casa não são de Campinas e usaram documentos e dados para aluguel de outras residências. Os investigadores buscam identificar os envolvidos, entender a motivação do crime e esclarecer as circunstâncias da morte.
Brian, descrito por amigos como alegre, sonhador e determinado, estudava para concluir a graduação em Direito enquanto trabalhava para se manter. Sua morte brutal expõe não apenas a dor da perda precoce, mas também a vulnerabilidade de jovens que enfrentam jornadas duplas em busca de uma vida melhor.
A memória de Brian agora ecoa entre Campinas e São Paulo, pedindo justiça para uma tragédia que ceifou um futuro e deixou marcas profundas em quem o conheceu.
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